Motorista de Uber abordado por bandidos durante uma corrida no Subúrbio (Foto: Marina Silva/CORREIO) |
Ele nunca viu tanta arma. “Vieram para cima de mim com pistolas e revólveres como se eu fosse um policial ou bandido rival. Pensei que ali seria o meu fim”, contou um motorista do Uber, depois de ter sido abordado por mais de cinco homens que apontaram armas em direção ao seu carro ao chegar para buscar uma passageira na Prainha do Lobato, no Subúrbio. A região é uma das mais perigosas de Salvador, segundo os condutores.
E a situação não foi fato isolado. Por dia, 50 motoristas de aplicativos são abordados ao serem confundidos ou por policiais em carros descaracterizados ou por traficantes, que supõem que eles são membros de quadrilhas rivais.
O número é do Sindicato dos Motoristas por Aplicativos e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia (Simactter), divulgado após a morte do motorista de Uber José Henrique Pedreira Alves, 24 anos, baleado no bairro de Ilha Amarela, no Subúrbio Ferroviário, na noite de sábado (6). O crime aconteceu depois que Henrique saiu da casa da sogra, em Itapuã, para ir trabalhar.
O relato do fato acima é de um motorista de Uber que atualmente pensa em abandonar o trabalho. E não é para menos. Há uma semana, mesmo sabendo de todos os riscos que a categoria está sujeita, e com os alertas de outros motoristas de aplicativos em relação aos locais considerados inseguros na capital, ele aceitou uma corrida e foi buscar uma passageira na Prainha do Lobato, um dos locais considerados de alto risco pelos motoristas de aplicativos.
Ao chegar no local, por volta das 21h, a surpresa. “Disseram: ‘Bora, desce! Desce senão vai morrer’”, contou o motorista. Ele não sabia, mas o endereço da passageira era próximo a uma boca de fumo. Para sua sorte, a moradora que pediu o aplicativo saiu de casa gritando: “É Uber, é Uber!”. Foi quando os traficantes da área baixaram as armas e um deles disse.
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