Surto de dengue em Feira de Santana



Segundo informações do coordenador geral do Núcleo Regional de Saúde, estudante de 18 anos faleceu em razão de dengue hemorrágica.




Até a tarde de hoje (07), Feira de Santana já registrava 782 casos notificados de dengue, 370 ocorrências confirmadas por critério laboratorial e uma morte em decorrência de dengue do tipo grave ou hemorrágica. De acordo com Edy Gomes, coordenador geral do Núcleo Regional de Saúde Centro Leste (NRS), localizado em Feira de Santana, tais dados sinalizam um surto de dengue no município.

O NRS é responsável pelo controle da saúde em 72 municípios baianos, alguns deles situados na Chapada Diamantina, como Seabra, Iraquara e Lençóis. Só em Lençóis já foram verificados 70 casos suspeitos da doença. Em Conceição do Jacuípe também houve a suspeita de que uma idosa tenha falecido devido a dengue hemorrágica. No entanto, segundo Edy Gomes, as investigações sobre a causa do óbito ainda estão em andamento, e tudo tendencia a descartar esta possibilidade, pois a senhora tinha uma doença hematológica grave, que pode ter sido a verdadeira causa da morte. Em Feira, contudo, já houve a confirmação de que uma jovem estudante, de 18 anos, evoluiu a óbito no final de janeiro, em razão deste tipo de dengue.

Apesar de o número de casos ser considerado alarmante, o coordenador afirma que "não há motivo para a população ficar em pânico: a Secretaria Municipal, tanto de Conceição do Jacuípe, que é uma secretaria extremamente atuante, quanto do Município de Feira, estão com afinco, necessitando de algumas orientações de apoio, porque é uma cidade muito grande, e o estado está presente prestando o apoio necessário".


Ele informa que o NRS está fazendo o monitoramento e identificação dos casos, para assegurar a notificação e tratar cada caso em sua individualidade , além da aplicação de inseticida químico UBV (de Ultra Baixo Volume), popularmente conhecido como "fumacê". Ele lembra que o carro fumacê é uma atribuição do estado e, assim que soube do aumento do número de casos, destinou seis carros aos bairros com maior quantidade de notificações, para aplicação do inseticida.




Edy Gomes diz que o estado da Bahia está dando apoio a todos os municípios que estão passando por surto, em especial, Feira de Santana, que segundo ele, passa por um quadro quase epidêmico. O coordenador lembra que o Estado oferecerá capacitação de dois dias para profissionais da área de saúde, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, para atender melhor e analisar melhor os casos de pacientes que chegarem com quadro semelhante ou sintomatologia compatível com a dengue, principalmente com a dengue hemorrágica. O Estado também distribuiu 370 kits de sacolas completas para os agentes de combate de endemias.




Quanto a locais de atendimento em Feira de Santana, em casos de suspeita de dengue, ele recomenda que a população procure outras unidades de saúde que não sejam o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou Policlínicas. De acordo com ele, a pessoa com suspeita de dengue não pode ser atendida pelo Clériston, que é o maior hospital da região e precisa atender inúmeros casos com gravidade ainda maior. Apenas os casos mais graves e confirmados devem ser caminhados para o HGCA, mediante regulação.




Durante entrevista ao Panorama Geral 1, Edy Gomes informou que as mortes sob suspeita de dengue hemorrágica ou o quadro de surto ainda não tinha sido divulgado pelo Estado da Bahia porque simplesmente não havia sido provocado até então. Segundo ele, o Estado não tem a obrigação de fazer essa divulgação, mas sim a Secretaria Municipal de Saúde, pois o Estado não tem como saber igualmente o que ocorre em cada município. No entanto, quando solicitado, o estado vai ao município verificar o que está ocorrendo. Mas o coordenador ressalta que é papel do município esclarecer para a população qual é a sua situação epidemiológica.




Edy Gomes diz, mais uma vez, que não há motivo para entrar em pânico, que as autoridades de saúde estão presentes, fazendo todo o controle vetorial; e que, mesmo que o número de agente de endemias de Feira de Santana, especificamente, esteja bem reduzido [há um déficit de 200 agentes], no momento do surto, isso não deve ser levado em conta. É que o raio de ação do fumacê é bem mais amplo do que a ação de um agente em cada casa [nas condições ideais de aplicação, o inseticida UBV é capaz de eliminar até 80% dos mosquitos que se encontram no perímetro onde a borrifação alcança]. Ele finaliza reforçando que a população precisa manter práticas preventivas para evitar a reprodução do mosquito, como não acumular água parada ou jogar lixo em quintais.

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