Kleiton Costa
Representantes da sociedade civil, do Poder Público, vendedores ambulantes e artesãos participaram de uma audiência pública que debateu valores a serem cobrados aos comerciantes do Shopping Popular de Feira de Santana. O encontro ocorreu na Câmara Municipal na tarde desta terça-feira (17).
Entidades que representam os camelôs alegam que o custo a ser cobrado pela exploração de cada boxe será alto – até R$ 600, a depender do tamanho da loja.
“Os custos são altos. Os camelôs não têm condição de se manter nesse empreendimento. Se o camelô passar 30 dias e não pagar, a concessionária vai tomar o boxe”, reclamou Pedro da Silva, presidente da Associação Feirense dos Vendedores Feirantes Ambulantes (AFEVA).
O economista e contabilista da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Rosevaldo Ferreira, considera que os estudos para a instalação do shopping popular não foram suficientes para dar segurança aos camelôs que serão transferidos pela Prefeitura para o empreendimento.
“O centro da cidade deve ser ordenado, mas não deve ser adotado o modelo dos outros municípios porque Feira tem características específicas. Será que a população vai entrar no shopping popular? É preciso fazer um plano de negócios e saber se essas pessoas [camelôs] terão como pagar aluguel e taxa de condomínio”, questionou o professor da Uefs.
O presidente do Consócio Feira Popular, Elias Tergilene, disse que não será possível baixar os valores estabelecidos inicialmente para cada permissionário – R$ 40 a R$ 50 por metro quadrado.
“A obra teve um custo. Não tem como reduzir. Quando se fala em subsidiar o comércio popular, fala-se em dinheiro público. De onde vai retirar mais recurso para o camelô?. É dinheiro que todo mundo paga através de imposto”, argumentou Elias.
O shopping popular é um empreendimento idealizado pela Prefeitura no modelo PPP (Parceria Público Privada), no qual um grupo de empresas – que formou o Consócio Feira Popular – investiu na construção do empreendimento e terá o direito de explorar comercialmente e gerir o espaço durante 30 anos. O equipamento está sendo construído em uma área do Centro de Abastecimento e tem previsão de ser inaugurado no final do mês de outubro.
O líder do governo municipal na Câmara, vereador Marcos Lima, ressaltou o empenho da Prefeitura em dar um local digno para que os camelôs trabalhem e disse que a administração abriu um diálogo com os ambulantes e com o Ministério Público para buscar resolver os conflitos.
Segundo a advogada da AFEVA, Márcia Xavier, no próximo dia 20 o Consórcio Feira Popular vai apresentar uma minuta do contrato que deverá ser assinado entre a empresa e os camelôs. Isso vai acontecer em uma reunião com representantes da Prefeitura, dos comerciantes e do consórcio.
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