Na semana do aniversário de emancipação política de Feira de Santana, o MAP (Mercado de Artes Popular) recebeu o terceiro Sarau Sales Barbosa. Na quinta-feira, 19, o público ouviu sobre a história do poeta que deu nome à rua, e da contribuição do romantismo para a cidade.
A rua Sales Barbosa liga a Praça Fróes da Motta ao centro comercial. Hoje, é famosa pelo largo calçadão que abriga comerciantes, lanchonetes e barracas, contudo, passou por um longo processo até chegar na configuração atual, como conta a professora Maria Cíntia Portugal.
“Inicialmente, era a rua onde os escravos no final do dia jogavam seus dejetos. Era onde tinham os prostíbulos. Com o passar do tempo lavaram a rua e trancaram a rua com cipó caboclo para expulsar as prostitutas”, declara a professora responsável pelos estudos sobre Sales Barbosa.
A partir do século 19, a rua servia para encontros boêmios. Nas tabernas e bares, a noite na Princesa do Sertão era vivida, quando nomes como o de Sales Barbosa surgem.
No auge do Romantismo no Brasil, o poeta escreve sobre amor, sociedade e abolição da escravatura. Muitas de suas poesias surgiram na Rua do Meio, e dentre as 40 que foram publicadas, a história da rua que mais tarde levaria seu nome foi impressa.
“A obra tem a capacidade de sustentar em seus versos, o seu tempo, a sociedade feirense, suas leituras, a política, os romances, o lugar, bem como, a sua fisionomia”, descreve Cintia.
O Sarau foi um momento de declamação das poesias de Sales, e de reconhecimento da importância de sua obra para a cidade. Em sua terceira edição, o lugar escolhido para a homenagem foi o Mercado de Artes Popular, e o motivo foi especial.
“O mercado traz o movimento de presente e passado. O prédio faz parte da Rua do Meio”, finaliza a professora.
O imóvel de estrutura neoclássica foi fundado em 1915, e por não abrigar todo o comércio que lá acontecia, os comerciantes se espalharam pela Rua do Meio, formando uma feira ao céu aberto.
A diretora de Turismo de Feira de Santana, Graça Cordeiro, falou um pouco sobre a história da rua e sua ligação com o MAP. “Mesmo com a assiduidade dos romancistas e frequentadores das noites do Meio, a boemia não resistiu, e o comércio do Mercado se espalhou lá”, afirma a diretora.
O MAP é um patrimônio tombado pelo IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, e além dele, mais 5 patrimônios marcam a rua, evidenciando ainda mais sua importância para a cultura feirense.
“A rua tem início, meio e fim com os patrimônios históricos. Começa com o Mercado de Arte, segue para o Coreto da Bernardino Bahia, logo mais tem a Igreja dos Remédios com seu estilo barroco; a Praça Dr. Remédios Monteiro e se encontra com o Coreto Froes da Mota e o Casarão Fróes da Mota”, descreve Cintia Portugal ao destacar os patrimônios como eixo de forte representatividade com fácil acesso.
Ao discorrer sobre a história da Rua do Meio e do Mercado de Arte, a diretora de turismo ressaltou o serviço prestado pelo Sarau. “O feirense precisa ter amor a sua Terra, a criança precisa saber contar a história de sua cidade”, afirma Graça que ainda fala sobre a memória poética da rua.
“O sarau veio reacender a memória da poesia da rua do meio que tão bem acontecia no século 19. E esse resgate é também uma forma de chegar ao conhecimento popular, o lado oposto do crescimento comercial da cidade”, completa.
O III Sarau Sales Barbosa foi um incent
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