Dentista é liberado de delegacia após confessar ter disparado contra metalúrgico em Feira

 


Dentista é liberado de delegacia após confessar ter disparado contra metalúrgico em Feira 

O dentista Lucas Gama Ferraz, suspeito de ter matado o metalúrgico Jacivaldo Pereira Gomes, de 44 anos, nesta quarta-feira (15), foi ouvido na tarde de hoje (17), no Complexo de Delegacias, no bairro Sobradinho. Ele esteve acompanhado do advogado durante o depoimento.

RELEMBRE O CASO:

Um homem de 44 anos foi baleado com um tiro na virilha, após se envolver em uma discussão de trânsito na avenida Eduardo Fróes da Mota (Anel de Contorno), no bairro Lagoa Grande, em Feira de Santana. O caso ocorreu na noite de quarta-feira (15), e o rapaz não resistiu aos ferimentos.

O metalúrgico Jacivaldo Pereira Gomes, estava dirigindo seu veículo, junto a duas filhas e um neto, quando na entrada para o bairro Santo Antônio dos Prazeres colidiu contra a traseira de outro carro.

Segundo relatos da filha mais velha, o pai desceu do veículo com a intenção de arcar com os danos causados, mas o motorista do outro veículo iniciou uma discussão. Afirmando ser policial, o condutor do outro automóvel sacou uma arma e apontou para a cabeça de Jacivaldo, mas atingiu o abdômen da vítima.

“Ele foi assassinado na minha frente, da outra filha dele de 8 anos e do neto dele de 2 anos. A gente pediu ‘por favor, moço, não atira moço, por favor, ele vai pagar’. E o homem ‘não, não’, ele não teve um pingo de amor assim, de comoção. Ele mirou na cabeça de meu pai, mas atirou na barriga”, explica Alana, de 24 anos.

 O delegado Gustavo Coutinho, que acompanha o caso, contou a versão do suspeito.

“Ele narrou todo o fato. A princípio, disse que estava na casa da esposa, no bairro Santo Antonio dos Prazeres, se dirigindo à uma missa na avenida João Durval Carneiro. Quando parou na sinaleira, um carro chocou no veículo dele, um Ônix Branco. Ele desceu do veículo para ver o que tinha acontecido e iniciou uma discussão. Os ânimos se exaltaram. Ele alega que o condutor do outro veículo foi para cima dele, gesticulou bastante argumentando que não havia dano e não precisava estar alterado. Isso durou cerca de três a cinco minutos, até o momento que ele foi ao carro, pegou a pistola e apontou para a vítima. Mesmo assim, ele ainda disse que a vítima o ameaçou. Foi quando ele desferiu um disparo que atingiu a virilha da vítima”.

Ainda segundo o delegado, o suspeito afirma ter feito o disparo em legítima defesa.

“Primeiro interrogamos o autor, ele alegou que atirou em legítima defesa por conta da ameaça da vítima. Também vamos ouvir os familiares da vítima e testemunhas, e se tivermos elementos, pedirei a prisão preventiva dele esta semana. Vamos ter acesso às câmeras de segurança para saber, realmente, qual a versão verdadeira. Ele poderia ter evitado o disparo, ter entrado no veículo e saído do local. Ele não tem  porte de arma, comprou de forma clandestina, mas o que pesa é que ele se apresentou espontaneamente com o advogado, tem profissão, é dentista há 14 anos, e não possui nenhuma passagem. Assim que tiver acesso as câmeras e ouvirmos as testemunhas, poderemos representar uma prisão preventiva”.

 O delegado disse que o suspeito chorou e se mostrou arrependido.

“Ele alega que estava indo para a igreja e que quando saísse de lá iria para a zona rural, deixaria a arma no carro e em seguida seguiria. Ele está muito arrependido, estava chorando bastante, porque viu que estragou a família dele e a da vítima”.

Familiares da vítima estiveram no Complexo para protestar contra o dentista.

O advogado do suspeito, Joari Wagner, afirmou que foram solicitadas outras imagens de segurança.

“O investigado se apresentou espontaneamente e esclareceu os fatos como se deve. O Lucas teve a oportunidade de falar e esclarecer os fatos. Teve sim essa colisão, ele desceu do carro para conversar com o motorista do Gol, só que conforme foi dito, o Jacivaldo estava numa comemoração, talvez tenha bebido e voltava para sua residência. Tinha os ânimos alterados, bastante agressivo, gerou discussão em alguns minutos sim, e o próprio Lucas pediu que a diligência pegue outras imagens de câmeras de segurança para comprovar que essa narrativa dele é completamente verdadeira”.

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