A Câmara Municipal de Feira de Santana aprovou, nesta terça-feira (2), o reajuste salarial para vereadores, prefeito e secretários municipais, com início da vigência a partir de fevereiro de 2025. O projeto eleva o salário bruto dos parlamentares de R$ 19 mil para até R$ 26 mil.
Os vereadores recebem, atualmente, em torno de 19 mil reais bruto. Com o reajuste, o salário do prefeito eleito José Ronaldo de Carvalho, também aumenta. O gestor receberá 34 mil reais. Já o vice-prefeito e os secretários receberão 26 mil reais.
A presidente da Câmara, vereadora Eremita Mota, destacou que o aumento segue a equiparação com o reajuste concedido a deputados estaduais. Segundo ela, o reajuste ocorre após oito anos sem alterações no valor.
“Nós temos oito anos sem fazer essa equiparação. Achei pertinente agora, para mantermos um alinhamento com o aumento dos deputados. No entanto, se você analisar o valor líquido, ele não é tão expressivo quanto parece. O bruto vai para R$ 24 mil, mas o líquido fica em torno de R$ 14 mil, dependendo das deduções”, explicou.
Eremita ressaltou que o reajuste também abrange o salário do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais, seguindo os mesmos critérios. “Tudo foi feito de acordo com a lei e entra em vigor apenas no próximo ano”, concluiu.
Único a votar contra o projeto, o vereador Jhonatas Monteiro criticou o reajuste, afirmando que, embora seja legal, não é moral diante da realidade econômica de Feira de Santana.
“Do ponto de vista legal, há um espaço para o reajuste, mas o problema não é só legal, é moral. Em uma cidade onde trabalhadores convivem com salários atrasados, desvalorização e precarização no serviço público, não considero cabível um salário de R$ 26 mil para vereadores. Isso soa desrespeitoso para quem recebe menos do que o mínimo em algumas situações”, argumentou.
Jhonatas também ressaltou que o aumento é incoerente diante de dificuldades enfrentadas por servidores públicos e trabalhadores terceirizados.
“Não podemos ignorar a realidade de quem recebe muito menos e luta por condições dignas de trabalho. É inadmissível aprovar algo assim por unanimidade”, declarou.
O vereador José Carneiro Rocha, líder do governo, votou favoravelmente ao projeto, justificando que o aumento reflete a importância e o porte da cidade.
“Feira de Santana é a segunda maior cidade da Bahia. Não era razoável que vereadores, secretários e o próprio prefeito mantivessem salários defasados. Votei favorável porque acredito que o reajuste é justo e necessário. Respeito as críticas, mas não me arrependo”, afirmou.
*Com informações do repórter Robson Nasciment
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